A elaboração do presente histórico sobre o Município de Fátima do Sul, foi extraído de uma monografia de autoria do Dr. José Adauto do Nascimento; dados arquivados no Paço Municipal.E Também do livro História de Fátima do Sul, de autoria da professora Claudia Coutinho Capilé, publicado no ano de 1999.
O atual Município de Fátima do Sul teve sua origem no Decreto-Lei nº 5.941 de 28 de outubro de 1943, do Presidente da República Dr. Getúlio Dornelles Vargas, criando a C.A.N.D. – Colônia Agrícola Nacional de Dourados, subordinada ao Ministério da Agricultura, posteriormente denominada Colônia Federal, com a finalidade de dividir uma extensa área de terra em lotes rurais de 30 hectares, cada um com um fim específico de oferecer um pedaço de chão à pequenos lavradores onde pudessem trabalhar e tirar o sustento de suas famílias.
A administração da Colônia Agrícola Nacional de Dourados, dando início aos trabalhos para concretizar os objetivos de sua criação, começaram a abrir “picadas” com enorme sacrifício devido a ausência de equipamento, más assim mesmo com humanização foi interiorizada e alargando os horizontes da colonização. Em 1.953, a primeira zona do núcleo colonial de Dourados estava totalmente colonizada.
Apesar de não estar no planejamento da administração do núcleo colonial de Dourados uma imediata expansão, mas devido a constante chegada de enorme quantidade de migrantes a região, tornou-se necessária a abertura de novas “picadas” em direção a Leste, uma das quais é o marco inicial da atual BR-376, que liga Dourados a Fátima do Sul. A permanente interiorização fez com que um aglomerado de famílias instalasse um povoado a margem esquerda do Rio Dourados, atual Vila Nossa Senhora dos Navegantes, com centenas de ranchos de pau-a-pique cobertos de sapé ou tabuinha, os quais além de alojarem as famílias serviram também como instalação dos primeiros armazéns, farmácias e as casas de tecidos.
Os moradores ali instalados sentiram necessidade de atravessar o Rio Dourado em direção a sua margem direita, para prosseguir a interiorização da região, construíram uma balsa assentada sobre tambores vazios; Evaristo foi o dono da primeira balsa do porto Vitória, a qual permitiu a travessia dos aventureiros para fazer as marcações dos lotes e construção de ranchos estando prontos para receber seus primeiros habitantes.
Em uma das travessias, Evaristo, o balseiro, colocou carga demasiada sobre a balsa, tanto de pessoas como de sacarias e animais, ocasionando a quebra do cabo de aço e com isso ocasionou o afundamento da balsa, morrendo de uma só vez mais de 15 (quinze) pessoas entre adultos e crianças, enlutando o povo mais não o desanimando.
Desde o início do povoamento vários nomes recebia o vilarejo: Barranca, Porto Ubatuba, Porto Vitória, entre outros.
No dia 08 de Novembro de 1.953 veio ao povoado o Frei Frederico Miés para celebrar a primeira missa. A qual após o seu término, o povo ali presente perguntou ao Padre que nome deveria ser dado à Vila, o Padre pensando por alguns instantes logo respondeu: – Como aqui tem gente vinda de todos os recantos do País acho que deveria ser dado o nome de “Vila Brasil”, o que foi acolhido e adotado por todos.
Na ânsia de intensificar e aprofundar a colonização, Vila Brasil não tinha mais condições de abrigar a sua crescente população, no dia 09 de Julho de 1954, 450 (quatrocentos e cinqüenta) homens aproximadamente, resolveram contra a vontade da administração do núcleo colonial de Dourados, invadir a margem direita do Rio Dourados, e encima de algumas marcações de lotes rurais, cortaram por conta própria e doaram para aqueles que se dispusessem a construir sua casa em 90 (noventa) dias; com isso, concretizou-se a humanização da margem direita do Rio Dourados.
A administração do núcleo colonial de Dourados era contrária a invasão porque não admitia que fosse formada uma cidade nessa localidade, pois, o projeto de colonização, constava a formação de uma cidade mais para o centro, localizada atualmente onde é Glória de Dourados. Os moradores de Vila Brasil não se conformaram com a situação e não se renderam, as invasões continuaram, e dia a dia era alojadas a interiorização e colonização da região. Nos dias de Domingo, havia intensa comercialização por intermédio de uma feira livre, para a qual fora reservado uma área especialmente destinada a esse fim, localizada na atual Avenida 09 de Julho, onde se acha construída a agência do Banco do Brasil.
Em 12 de Outubro de 1954, foi construída a primeira capela, com o nome de Nossa Senhora Aparecida à margem direita do Rio Dourado, sob os cuidados do Padre José Daniel.
Em 30 de Maio de 1957, foi inaugurada a Igreja Matriz provisória, localizada nos fundos do atual prédio da Câmara Municipal.
Em 17 de Novembro de 1958, Vila Brasil é elevada a categoria de distrito do Município de Dourados pela Lei Estadual nº 1.125, oriunda de um projeto apresentado pelo Deputado Estadual Wilson Dias Pinho, engenheiro, funcionário do núcleo colonial de Dourados e eleito pelos eleitores desta colônia. A área do Distrito de Vila Brasil, quando a sua criação era muito grande, abrangia as áreas dos atuais Municípios de Jateí e Glória de Dourados.
Imediatamente instalou-se no Distrito de Vila Brasil a Sub-prefeitura, tendo como sub-prefeito o Sr. Atílio Torraca Filho; a Coletoria Estadual, tendo como coletor o Sr. Heitor Silveira dos Santos e como sub-Delegado de Polícia o Sr. José Alves da Silva.
Em 17 de Maio de 1.959, chega ao Distrito de Vila Brasil, o Padre José Pascoal Busatto.
Em 1963 é iniciado um movimento visando a emancipação do distrito de Vila Brasil, com a finalidade elevá-lo á Município. Formou-se uma comissão sob a Presidência do Sr. José Alves da Silva e composta pelos Srs. Elpídio Dias de Souza, Antonio Granja de Souza, o médico Blasco Miranda de Ourofício e Sr. João Castro Ribeiro, conhecido popularmente por João Piauí, munidos de um anteprojeto contendo os limites do futuro município, dados estatísticos, renda, população etc.
Em 11 de Junho de 1.963 a comissão seguiu com destino a Cuiabá, onde mantiveram contato com a Assembléia Legislativa, fazendo exposições e justificando a necessidade de concretizar os anseios da população do Distrito de Vila Brasil, salientando as dificuldades então existentes, devido a necessidade de deslocamento à cidade de Dourados, para efetuarem suas transações bancárias com vista a empreendimentos financeiros para aumento das atividades agro-pecuárias.
Em 31 de Agosto de 1.963, foi criada a paróquia de Vila Brasil, tendo como primeiro vigário o Padre Amadeu Amadori, coadjunto do Padre José Pascoal Busato.
A comissão pela emancipação política administrativa do Distrito de Vila Brasil, viu coroado de êxito os seus incessantes trabalhos em 11 de Dezembro de 1.963, com a promulgação da Lei 2.057 pela qual é elevada a categoria de Município.
Em 20 de dezembro de 1963, a Lei Estadual n◦ 2.095, cria o Distrito de Vicentina, anexado ao Município de Vila Brasil.
Em 18 de Agosto de 1964, tiveram início as obras da atual Igreja Matriz. Em 28 de Outubro de 1964, pela Lei nº 2.152, o Município foi elevado a categoria de comarca de primeira entrância.
No início de 1964, foram realizadas as primeiras eleições do Município de Vila Brasil, sendo eleitos como Prefeito o Sr. Antonio Gabriel Moreira (Vigorelli) e Vice o Sr. Reinaldo dos Santos Moraes, que tomaram posse em 02 de Maio de 1.965.
Na primeira seção legislativa, já foi votado o projeto de Lei n◦ 1, criando uma comissão para cuidar da mudança do nome do Município de Vila Brasil. Não correspondia mais a realidade, ter como nome o Vila. Iniciou-se uma extensa campanha popular, juntamente com os vereadores. Foi feita uma coleta de nomes preferidos pela opinião pública e nomeada uma comissão específica para escolher os dez nomes mais sugestivos para o Município, os quais seriam submetidos a plebiscito.
Entre os nomes concorrentes a Comissão especial selecionou os seguintes: Porto Vitória, Marechal Rondon, Fátima do Sul, Campinas do Sul, Novo Planalto, Rio Brasil, Pira-Porã, (Brasilândia) Brasiporã, Novo Brasil e Culturama.
Realizado o plebiscito, mereceu o maior número de votos o nome de Fátima do Sul, seguido de Culturama e Novo Planalto. Assim, em 16 de junho de 1965, a Câmara Municipal de Vila Brasil, aprova a Lei n◦ 6, mudando o nome do Município para Fátima do Sul, tendo sido confirmado pela Lei Estadual n◦ 2.591, de 31 de dezembro de 1965. Nascia assim, definitivamente, o toponímico “Fatimassulense”, nosso querido “Favo de Mel”.
Por motivo de saúde, o Prefeito Antonio Gabriel Moreira se licenciou do cargo, assumindo a Prefeitura o Sr. Reinaldo dos Santos Morais,em 04 de junho de 1966.
Em 02 de Abril de 1967, chega a Fátima do Sul, procedentes de Caxias do Sul/RS, as irmãs de São José, para o exercício de Atividades Assistenciais e Religiosas. Em 04 de Maio de 1969, foi benta e inaugurada a atual igreja Matriz de Nossa Senhora de Fátima.
Dando seqüência a administração Municipal, Fátima do Sul nos longos de seus anos foi administrada pelos seguintes cidadãos abaixo mencionados e nos seguintes períodos:
Prefeito
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Vice-Prefeito
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Mandato
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Antônio Gabriel Moreira (Vigorelli) |
Reinaldo Morais dos Santos
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de 1965 à 1966
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Reinaldo Morais dos Santos |
de 1966 à 1967
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Samir Chafic Garib |
José Adauto do Nascimento
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de 1967 à 1970
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Manfredo Alves Corrêa
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Julio Ferreira Bastos
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de 1970 à 1973
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Sócrates da Câmara
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Julio Ferreira Bastos
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de 1973 à 1977
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Samir Chafic Garib
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Delcy Carvalho
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de 1977 à 1982
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Hermindo de David
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Lucas Mamédio do Nascimento
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de 1983 à 1988
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Samir Chafic Garib
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Ilso Ferreira da Silva
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de 1989 à 1992
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Hermindo de David
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Rodolfo Santiafo Santana
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de 1993 à 1996
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Dilson Deguti Vieira
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Carlos José de Farias
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de 1997 à 2000
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Dilson Deguti Vieira
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Carlos José de Farias
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de 2001 à 2004
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Ilda Salgado Machado
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Lauro Andrey Monteiro de C.
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de 2005 à 2008
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Ilda Salgado Machado
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José Cassiano de Oliveira
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de 2009 à 2012
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Eronivaldo da Silva Vasconcelos Júnior
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Gilberto da Silva
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de 2013 à 2016
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Ilda Salgado Machado Altair Albuquerque de 2017 a 2020